Escrever é uma demora de vento enfurecido.
Mais do que dizê-lo, ele assim pensa.
Solta as palavras.
Umas há que, quando outras as procuram, se sentem violadas
na sua intimidade.
Ouve-as, gritando umas para as outras:
- Vocês roubam-nas a nossa circunstância.
Outras, por dá cá um agá ou uma vírgula, envolvem-se em
peleja sem fim.
A um canto, num espaço sem sítio, evocando emoções, há as
que vão contando histórias já por outras contadas. Certezas desfeitas.
Outras, ainda, a nada pertencem, nada desejam. Não passam de
distraídas abstracções.
Baralha-as.
Troca os rios da alma pelos vales e montes do espírito.
Não sabe ele quais vencerão, ou se vencedoras haverão.
Sabe, sim, ser ele o derrotado.
(Ali de cima vieram umas aqui escrever:
Será o que somos, o
que podemos ser?)
9 comentários:
Nas derrotas se aprende
as palavras que nos derrotam
Escolhamos as outras, no próximo embate
Use-mo-las com energia e arte!
Um abraço meu caro Carlos Albuquerque.
As palavras por vezes falham-nos.
Rodrigo
Querido amigo, escrever é sempre a maneira de dizer no papel o que não conseguimos fazer em palavras. Tenha um lindo final de semana. Beijocas
Um beijinho saudoso meu amigo.
As palavras também ferem.
Entre as palavras que precisam ser ditas e as que se deixam escrever, há sempre uma luta enorme, uma batalha que às vezes vencemos, outras em que nos deixamos vencer.
Um beijinho, Carlos!
Somos seres pensantes, "palavras" existem sempre até nos sonhos!Elas precisam de ser ditas,escritas, faladas,slenciadas, gritadas...
Deixo um beijo cheio de saudades...
Sem palavras para deixar... deixo o desejo de uma feliz semana!
Somos o que queremos ser e o que podemos ser. Estamos condicionados ao querer dos outros, eles interferem na nossa vida. Beijinhos
Muito Obrigada.
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