Portugal 7 Coreia do Norte 0
Se o guardador de vacas e de sonhos, de Alves Redol, aqui estivesse dir-me-ia, por certo, que a selecção portuguesa de futebol (os Navegadores), tal como a burra Janota, “com arrenegas e pragas, empurrões e algumas mordidelas de cacete” mais não parecia que “uma árvore estranha toda liames ásperos e folhas amarelecidas”, zurrando, zurrando, e disso não passando.
A Ti Elvira, se a esta cubata a pudesse trazer, acrescentaria que a burra tem azougue, mas que azougue ela lho daria…
E por tal não ficaria: “nunca vi burra tão mole…Se fosse teu dono bem te passava a patacos…”
Por não gostar daquele desprezo, a Janota “fez das fraquezas um arranco de força bravia, abalando depois numa carreira de égua corredoura metida a equilibrista de circo”.
Assemelhando-se à Janota, mais parecendo uma árvore fantástica e andarilha, os Navegadores tomaram o bramar dos espectadores por incitamentos e logo se largaram mais, e mais, e tanto que numa curva do campo atiraram com o carrego para cima de quem lá vinha: os coreanos do Norte, que de olhos em bico mais ficaram.
Foram sete os sacos lançados no meio daquela feira de chinfrins vuvuzelantes. Um deles, mais parecendo feito de prestidigitador circense.
Sorte diferente da Janota, que continua a comer palha, e a nela se deitar, tiveram os Navegadores, que regressaram, por entre alas de palmas, ao lençol quentinho e à mesa farta do restaurante do hotel de luxo onde a Lusitânia os hospedou.
Ali estão à espera do dia 25, altura em que irão tomar uma caipirinha com os brasileiros.
A Ti Elvira, se a esta cubata a pudesse trazer, acrescentaria que a burra tem azougue, mas que azougue ela lho daria…
E por tal não ficaria: “nunca vi burra tão mole…Se fosse teu dono bem te passava a patacos…”
Por não gostar daquele desprezo, a Janota “fez das fraquezas um arranco de força bravia, abalando depois numa carreira de égua corredoura metida a equilibrista de circo”.
Assemelhando-se à Janota, mais parecendo uma árvore fantástica e andarilha, os Navegadores tomaram o bramar dos espectadores por incitamentos e logo se largaram mais, e mais, e tanto que numa curva do campo atiraram com o carrego para cima de quem lá vinha: os coreanos do Norte, que de olhos em bico mais ficaram.
Foram sete os sacos lançados no meio daquela feira de chinfrins vuvuzelantes. Um deles, mais parecendo feito de prestidigitador circense.
Sorte diferente da Janota, que continua a comer palha, e a nela se deitar, tiveram os Navegadores, que regressaram, por entre alas de palmas, ao lençol quentinho e à mesa farta do restaurante do hotel de luxo onde a Lusitânia os hospedou.
Ali estão à espera do dia 25, altura em que irão tomar uma caipirinha com os brasileiros.
(Inspirado no livro "Constantino, guardador de vacas e de sonhos", do inesquecível Alves Redol)