quarta-feira, 25 de abril de 2012

Abril não desarma



Conhecidas as razões, aplaudo.
Entretanto, a PSP anunciou tolerância zero às manifestações populares.
Cobarde, o governo usa a polícia para atemorizar.
Os portugueses saberão responder.
O tempo é de rotura e não de resignação.
[Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo]
- Sophia de Mello Breyner Andresen -
(Inspirado na leitura do Conversa Avinagrada)

7 comentários:

ematejoca disse...

Queria publicar hoje no "ematejoca azul" este poema, mas o Carlos do CR foi mais rápido.
Mais tarde vi este poema no blogue do Rogério e agora aqui.

Compreendo: são as palavras mais belas jamais ditas sobre a revolução dos cravos.

Não concordo nem com a decisão do Mário Soares, nem da do poeta Alegre!!! E acreditem, o nosso povo não vai chorar por isso.

folha seca disse...

Caro Carlos Albuquerque
Os tempos são adversos,mas sinto que há algo de novo a pairar no ar.A sensação de que não nos vamos vergar.
Acho que o Ary tinha razão quando escreveu:
"Agora ninguem mais cerra as portas que Abril abriu".
Grande abraço
Rodrigo

Laços e Rendas de Nós disse...

Carlos

Tu sabes o quanto é doloroso e difícil vergar-nos.

Eu conheço quanto custa a verticalidade e o retorno torturante dessa postura.

Eu quero acreditar que este é "O tempo é de rotura e não de resignação." porque nós ainda "habitamos a substância do tempo", livres.

Beijo

Fê blue bird disse...

Amigo Carlos:
Que bom lê-lo de novo e logo num dia em que os ideais se tocam e a força renasce num cravo de Abril.
25 de ABRIL, SEMPRE!

beijinhos

Teresa Santos disse...

Meu Mwata,

É, é tempo de ruptura. Acreditas na sua concretização?

Que descrente estou a ficar!...

Abraço grande, Mwata.

Janita disse...

Nem pode desarmar, Amigo Carlos!
As armas é que têm de ser outras.
Perseverança e lucidez quando chegar a hora de escolher quem nos poderá conduzir até se ver a luz ao fundo do túnel.
E sobretudo união. O povo anda desgarrado e meio perdido nesta pseudo democracia.
Resignação, nunca!
Um beijo.
Janita

São disse...

Meu caro amigo, o que me dói é a juventude estar sem ideais nem garra.

Ignora que irá ter ela própria que lutar pelos seus direitos quando a pata da besta a sufocar.

Talvez até seja bom para terem apreço por aquilo que agor a menosprezam.

Aliás, a nossa geração também levou a cabo as suas próprias lutas em condições bem terríveis.

Lhe ofereço um mloho de cravos de resistência e muita esperança, no meu fraterno abraço, Carlos