
Não sabe se o seu lugar é no mundo ou, apenas, na franja do infinito porque caminha.
Umas vezes vai de pé, tocando o tecto da solidão. Outras, de cabeça roçando o chão, vendo que este é de palavras amordaçadas e portas fechadas.
Ouviu, quando se meteu a caminho, que naqueles montes, ali, a que ele quer subir, as árvores não crescem. Lá a noite é mais antiga que o dia. As auroras já nem sequer vaga ou lentamente se atrevem.
Prossegue, indiferente. O cansaço, porém, estorva-o. Senta-se encostado a uma Mafumeira, a árvore da vida como lhe chamam na terra longínqua onde um dia nasceu. Deixa que a brisa lhe fale de notícias. Escuta-as. Então, num de repente, a brisa é já vento, vendaval, trazendo-lhe um grito:
Umas vezes vai de pé, tocando o tecto da solidão. Outras, de cabeça roçando o chão, vendo que este é de palavras amordaçadas e portas fechadas.
Ouviu, quando se meteu a caminho, que naqueles montes, ali, a que ele quer subir, as árvores não crescem. Lá a noite é mais antiga que o dia. As auroras já nem sequer vaga ou lentamente se atrevem.
Prossegue, indiferente. O cansaço, porém, estorva-o. Senta-se encostado a uma Mafumeira, a árvore da vida como lhe chamam na terra longínqua onde um dia nasceu. Deixa que a brisa lhe fale de notícias. Escuta-as. Então, num de repente, a brisa é já vento, vendaval, trazendo-lhe um grito:
“(…)
Tirem esse lixo da minha frente!
Metam-me em gavetas essas emoções!
Daqui pra fora, políticos, literatos,
Comerciantes pacatos, polícia, meretrizes, souteneurs,
Tudo isso é letra que mata, não o espírito que dá a vida.
O espírito que dá a vida neste momento sou EU!
Que nenhum filho da …. Se me atrevesse no caminho!
O meu caminho é pelo infinito fora até chegar ao fim!
Se sou capaz de chegar ao fim ou não, não é contigo,
É comigo, com Deus, com o sentido-eu da palavra Infinito…
Prá frente!
Meto esporas!
“(…)”
(Fernando Pessoa)
Tirem esse lixo da minha frente!
Metam-me em gavetas essas emoções!
Daqui pra fora, políticos, literatos,
Comerciantes pacatos, polícia, meretrizes, souteneurs,
Tudo isso é letra que mata, não o espírito que dá a vida.
O espírito que dá a vida neste momento sou EU!
Que nenhum filho da …. Se me atrevesse no caminho!
O meu caminho é pelo infinito fora até chegar ao fim!
Se sou capaz de chegar ao fim ou não, não é contigo,
É comigo, com Deus, com o sentido-eu da palavra Infinito…
Prá frente!
Meto esporas!
“(…)”
(Fernando Pessoa)