Sim, talvez, logo se verá, foram dizendo os dirigentes europeus, cautelosos e excessivamente tímidos, como sempre, revelando ao mundo uma confrangedora falta de liderança política, inteligente e credível
Não o queriam os falcões israelitas, outros ditadores árabes, e a direita norte-americana de pensamento trauliteiro e conservador.
Mas, quis o povo egípcio, que se manifestou nas ruas tendo apenas a palavra como arma no clamor da indignação contra a ditadura que há trinta anos o oprime.
E Hosni Mubarak caiu!
Dezoito dias depois de iniciada a contestação popular, tempo que Mubarak, mais do que a agarrar-se ao poder, terá passado a negociar e a garantir o seu futuro, o Egipto fora libertado. Logo se fez a festa nas ruas, como não há memória.
Por toda a parte, em especial pelo Mundo Ocidental, se pergunta agora: O que virá a seguir? A pergunta radica no receio, não desprezível, de que o Egipto possa optar por um regime islâmico. Receio alimentado, igualmente, pelos que dizem serem os árabes e os muçulmanos incompatíveis com a Democracia.
Um dado a considerar é que, ao longo dos dezoito dias, em nenhuma das muitas imagens mostradas pelas televisões, ou nas inúmeras notícias que foram chegando, de agências e de enviados especiais, se viu um único sinal de presença islâmica, cujo radicalismo não tem por hábito esconder-se.
O mundo não é o que era há vinte e quatro horas atrás, está em constante mudança. Os mundos Árabe e Muçulmano não serão excepções. Estão já anunciadas manifestações para a Líbia, Argélia e Marrocos. A História está a escrever-se a uma velocidade que se não compadece de quem a não queira entender.
No caso do Egipto a História registará como heróis ninguém mais do que os jovens, que abertos ao acesso à formação, ao conhecimento e à comunicação universal, hoje imparável, se cansaram de viver sem trabalho e liberdade, e querem uma vida com dignidade e justiça.
O que virá a seguir? A pergunta continua, pertinente e mordente. Esperemos e desejemos que o que está a acontecer no Egipto seja a abertura de uma janela para a Democracia, e que os egípcios a consigam construir sem preconceitos.
Não o queriam os falcões israelitas, outros ditadores árabes, e a direita norte-americana de pensamento trauliteiro e conservador.
Mas, quis o povo egípcio, que se manifestou nas ruas tendo apenas a palavra como arma no clamor da indignação contra a ditadura que há trinta anos o oprime.
E Hosni Mubarak caiu!
Dezoito dias depois de iniciada a contestação popular, tempo que Mubarak, mais do que a agarrar-se ao poder, terá passado a negociar e a garantir o seu futuro, o Egipto fora libertado. Logo se fez a festa nas ruas, como não há memória.
Por toda a parte, em especial pelo Mundo Ocidental, se pergunta agora: O que virá a seguir? A pergunta radica no receio, não desprezível, de que o Egipto possa optar por um regime islâmico. Receio alimentado, igualmente, pelos que dizem serem os árabes e os muçulmanos incompatíveis com a Democracia.
Um dado a considerar é que, ao longo dos dezoito dias, em nenhuma das muitas imagens mostradas pelas televisões, ou nas inúmeras notícias que foram chegando, de agências e de enviados especiais, se viu um único sinal de presença islâmica, cujo radicalismo não tem por hábito esconder-se.
O mundo não é o que era há vinte e quatro horas atrás, está em constante mudança. Os mundos Árabe e Muçulmano não serão excepções. Estão já anunciadas manifestações para a Líbia, Argélia e Marrocos. A História está a escrever-se a uma velocidade que se não compadece de quem a não queira entender.
No caso do Egipto a História registará como heróis ninguém mais do que os jovens, que abertos ao acesso à formação, ao conhecimento e à comunicação universal, hoje imparável, se cansaram de viver sem trabalho e liberdade, e querem uma vida com dignidade e justiça.
O que virá a seguir? A pergunta continua, pertinente e mordente. Esperemos e desejemos que o que está a acontecer no Egipto seja a abertura de uma janela para a Democracia, e que os egípcios a consigam construir sem preconceitos.
11 comentários:
O Hosni Mubarak lá se foi embora depois de 18 dias de luta.
O que é que vem a seguir?
Uma ditadura militar ou a islamização do Egipto?
Não acredito nos princípios democráticos da maior parte dos grupos oposicionistas.
A Irmandade Muçulmana, a principal força da oposição no Egipto é uma organização islâmica fundamentalista, que se opõe radicalmente às tendências seculares de algumas nações islâmicas como Marrocos, o Líbano, o Egipto e a Turquia, rejeitando as influências Sufi e o chamado "Islamismo Moderado".
O lema da organização é: "Alá é o único objectivo. Maomé o único líder. O Corão a única Lei. A Jihad (Guerra Santa) é o único caminho. Morrer pela Jihad de Alá é a nossa única esperança".
A renúncia do Presidente Hosni Mubarak é o começo de uma nova etapa na história do país. Pois bem — gostava de saber o que significa para as mulheres egípcias essa nova etapa.
Escreveu: "O que virá a seguir? A pergunta continua, pertinente e mordente..."
Digo eu : Estou apreensivo mas não pessimista. Acredito que os "donos da solução" saberão encontrar o caminho... Mas cuidado, quem sustentou o regime de Mubarak faz sempre contas ao retorno do investimento... e opera sempre para o tornar produtivo.
Não sou uma futuróloga descrente, sou sim, uma CASSANDRA moderna.
A queda das ditaduras não me é indifente — o meu post actual, também tem a ver com a queda de uma ditadura, só que a emenda foi pior do que o soneto.
Se os cravos de 74 ainda não murcharam, porque é que os portugueses estão sempre a dizer mal do nosso país e dos seus políticos — produto do 25 de Abril?
Abraço da amiga de longe!
Esperemos que O Egipto consiga dar-se como exemplo de um país livre e respeitador de direitos humanos.
Mas não esqueçamos que existem jogos de bastidores , com muitos interesses cruzados.
Bom fim de semana.
ematejoca
Pronto, está bem!
Não é uma futuróloga descrente, mas uma profetisa crente dos tempos modernos.:)
Sei, pelo que de si vou conhecendo, que a queda das ditaduras também não lhe é indiferente. Pelo menos nisto, e não é pouco, estamos de acordo! Só não entendo porque considera a queda de Mubarak pior a emenda que o soneto. O soneto foi bem conhecido, a emenda não se sabe como será. A sua opinião é uma profecia?
Quanto à pergunta sobre os cravos de Abril, ela contém, em si própria, a resposta. Estivessem os cravos murchos ou mortos e não se ouviriam as vozes que se escutam. Reinaria o silêncio imposto, como em tempos idos, de má memória.
Um abraço do amigo de longe!
Rogério Pereira
Completamente de acordo!
São
Pois é, um dos busílis, se não o principal, está mesmo nos jogos de bastidores...
Obrigado.
Bom fim-de-semana (escrito ainda pelo antigo acordo), para si também.
A Angela Merkel não quer saber o que pensam as mulheres egípcias, nem mesmo quer saber o que pensam as mulheres alemãs.
A única coisa que interessa à nossa Angie é continuar na poltrona do poder.
Mas Carlos, não me refiro à queda de Mubarak, quando digo que a emenda foi pior do soneto que o soneto. Refiro-me sim, à queda do Xá no Irão há 32 anos.
E eu que ainda andei à pedrada com a polícia, porque queria a queda do Xá. Pecados da juventude!
Não quero que a minha opinião seja uma profecia, porque ainda tenho uma pontinha de esperança no que respeita o futuro do Egipto.
Pois bem ~ agora vou esquecer a Merkel, as mulheres egípcias e os cravos, não murchos, mas com pouca àgua, e vou fazer uma Rundgang na Academia de Belas Artes de Düsseldorf.
Volto já!
E nós em nossas casas assistimos a esta grande mudança. Realmente o povo quis, mas agora esperemos que optem pela liberdade e democracia. Era muito bom. Mas não nos devemos esquecer do Irão. Oxalá aquela zona do Mundo esteja mesmo a mudar.
Um abraço
Só desejo que o povo egípcio, encontre paz e estabilidade para conseguir delinear o seu destino, a ver vamos.
Beijinhos
Amigo Carlos! Como tem tido a oportunidade de conhecer as minhas ideias,digo...tudo que seja ditadura seja de que lado for,nunca será bom para um povo que se quer livre e senhor de pensar pela sua cabeça,assim fez o povo do Egipto,o que virá daqui para diante se verá.O povo é suberano e está cheio de ser enganado por ditadores e politícos que nada valem.
Beijinho e boa semana com saúde
Carlos
E o mundo está espantado com a lição dada, para tantos uma lição já aprendida e no entanto esquecida, a de que o querer dos homens é a arma mais poderosa. O grito em forma de liberdade, vindo do mundo muçulmano, provoca receios naturais quanto à orientação política futura, mas não pode o mundo ocidental duvidar da maturidade e da capacidade dos egípcios de decidirem o seu próprio futuro.
Acendeu-se o rastilho e os povos que sempre viveram oprimidos, miram-se no exemplo dos homens que agora fizeram da vontade a própria força e dela uma revolução. Outras se irão seguir e espero, que todas elas tenham a mesma força e a mesma sensatez que esta teve. Para bem dos povos muçulmanos e para exemplo de todos nós.
Um abraço
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