O OE e os cabelos brancos
Dizia o povo português: “Velhos são os trapos”.
Passando pelo tempo em que assim se falava, escreveu Saramago:
“(…) Velhos seriam, claro, mas não inúteis, não incapazes de meter a sovela no lugar certo do sapato, ou de guiar a a relha do arado com que andassem lavrando. A vida tinha uma coisa má: era dura. E tinha uma coisa boa: era simples. Hoje continua a ser uma coisa dura, mas perdeu a simplicidade (...)”
Os cabelos brancos não se entenderam. A vida continuará a ser ainda mais violentamente severa. No lugar dessa coisa tão simples que é a simplicidade, plantaram um nó de sarilhos.
E aqui chegado, deixo-vos com uma pergunta de Almeida Garrett:
19 comentários:
E agora o que acontecerá a este nosso país? Eles não se entenderam, deve vir por aí vagas bem altas, tipo tsunami. Vamos ver.
Um abraço
A Burguesia desconhece a mi´sria e assinala a condenação do povo a miséria e a dor da fome.
www.vivendoteologia.blogspot.com
Eles nunca pensam nisso, porque têm um umbigo demasiado grande, que gostam de contemplar enquanto se miram ao espelho, meu caro. Nem os cabelos brancos lhes deram um pingo de sensibilidade.
Abraço
Adorei as citações, tão actual essa de Garret...
Cabelo branco é saudade
da mocidade perdida
às vezes não é da idade
é da consciencia vendida...
Meu caro Garrett
Os ricos produzidos não entram na contabilidade de Bruxelas, nem sequer o esforço em os produzir
Basta que um indicador se porte bem
e que não entre gente estranha em Belém...
Abraço
Só uma pergunta:
Já alguém respondeu a Almeida Garrett?
É que passou tanto tempo e o problema mantém-se.
Ontem como hoje não há vontade política para resolver os grandes problemas, a não ser os pessoais, que cada um dos políticos tem.
Beijo
Carlosamigo
Assim éké:
Cabelo branco é saudade
da mocidade perdida´
às vezes, não é da idade
são os estragos da bebida.
Esta rapaziada está mesmo a pedir um empurrãozinho do FMI, o que só nos deixará felizes e realizados. Começo a estar farto desta cambada! Mas, não admira: se nós, os tugas (eu escrevi nós) não prestamos, por que bulas prestariam os p'lítikos???..
Deus Nosso Senhor Játacê os cubra... de bençãos
Abs
A riqueza é incongruente, são inúmeros os "pequenos", mas nada podem fazer... Enquanto as cores dos cabelos não medir inteligências vamos levando e fazendo de conta que não existem relógios...rsrsrs
O mais simples, afinal (acho eu, claro!) é que "eles" nem tentaram entender-se, não estaria em conformidade com os estatutos da politiquice reinante...! E como, eles bem o sabiam - e sabem! - da dureza não nos livramos, para quê salvaguardar a simplicidade, para eles, os "verdadeiramente inúteis" em tudo que não seja fazer dos cidadãos em geral, eles sim, "trapos"!
Abraço - de esperança, apesar desses inúteis!
Carlos,
O mundo segue sem piedade nenhuma, sem o mínimo. Eu que sou, na minha humildade, uma aficcionada pelo estudo do ser humano, estou perplexa. Sinceramente.
Sigo com Saramago:
"Claro que o mundo, pobre dele, não tem culpa dos males de que padece. O que chamamos estado do mundo é o estado da desgraçada humanidade que somos, inevitavelmente composta de velhos que foram novos, de novos que hão-de ser velhos, de outros que já não são novos e ainda não são velhos. "
Assim ensina o mestre.
Beijão. Reflexão profunda.
Carla
O que os Homens de Letras escrevem é válido em todas as épocas.
Como mulher do Porto (nascida em Lamego) não podia deixar de ser uma grande admiradora do nosso Almeida Garrett.
Olá,
Venho propor-lhe algo no meu post de hoje...
Conto com sua participação amiga.
Excelente semana,cheia de ricas bênçãos!!!
Abraços fraternos
Carlos
Meu amigo
Como é seu apanágio, esta é mais uma excelente utilização das palavras. Das suas e neste caso, das de Saramago e Garrett que em conjunto, dizem o tanto que outras não diriam.
Fico perplexa com tudo o que oiço e vejo.
Há muito que tudo isto se anunciava pela penumbra, é certo. Há muito que certos cabelos brancos vinham a perder o crédito que já tiveram, mas é intraduzível o sentimento que se tem, ao olhar à nossa volta e não encontrar uma única jangada que nos salve de tamanho naufrágio e perceber que figuras em quem confiámos o poder de decisão das nossas vidas, constam afinal de um super gang criado e organizado para saquear e afundar esta nossa caravela.
Ainda hoje, ao ler as manchetes dos principais periódicos, me indignei com a quantidade de fraudes por alguns deles praticadas e o que é mais triste, protegidos pelos capa da procuração que lhes temos passado.
Um abraço solidário, neste sentir indignado.
CARLOS ALBUQUERQUE:"
Os cabelos Brancos"E os "CINZA" es tão borrifando para nós, portugueses ,para os idosos, para as crianças, para os pobres...
Na mesa deles, não falta nada... Nos bolsos , também não!
Para quê toda a comédia de uma semana, se eles sabiam que iam entender-se, para nosso mal?
Ao percorrermos os autores portugueses do século XIX, encontramos as verdades do século XXI...
BEIJOS DE
Mª ELISA
Carlos, meu grande amigo, tem selinho para ti lá no Infinito.
É o Prêmio Dardos. Caso não o tenha recebido passes por lá e se o recebeu, já, é porque o merece.
Abraço
O que diria? ou melhor o que perguntaria Garrett a estes economistas politicos,e aos moralistas de agora?
Durante aquele pedaço de vida, maravilhosamente vivido em África, ouvi o seguinte:
"Quando os elefantes brigam, quem é esmagada é a relva."
Sinto-me bem esmagada...
Meu Bom Amigo Carlos Albuquerque,
O seu post é tão completo que dispensa comentários.
Infelizmentetemos que dar razão ao Antunes Ferreira pois o problema passa por todos nós. Uns por omissão outros pelas suas decisões e comissões!!!
Um bom fim-de-semana e um abraço amigo.
Portugal nasceu de uma crise , tem vivido sempre em dificuldades(exceptuando dois períodos: Descobrimentos e ouro do Brasil) e acaba de entrar no desatino total.
Pena que os oportunistas e incompetentes se pavoneiem por aí e ainda recebam os nossos votos.
Além desses há os cínicos , como Cavaco, Eanes e Durão.
Bom domingo.
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