segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Porque não?

No post aqui deixado pelo Mwata, intitulado NÃO, em que se fazia referência à greve geral do próximo dia 24, a Maria João, amiga muito estimada desde que cheguei à blogosfera, do blogue Pequenos Detalhes, de leitura imprescindível, imperdível (visitem-na …) deixou este comentário:
“Estou em todas as palavras, solidária com o seu pensamento.
A minha revolta cresce, dia a dia, na mesma proporção da indignação e do sentimento de injustiça.
Sou, portanto, pela manifestação colectiva deste estado de espírito e desta indignação, pois quanto maiores forem os gritos mais elevados e fortes os seus ecos.
O que não sei, no momento presente, é se esta manifestação deva ser feita debaixo de um protesto de greve efectiva ao trabalho. Porque independentemente das responsabilidades e culpas, o certo é que o país está em falência económica e, nesta conjectura, não me parece que seja essa a melhor forma de nos pronunciarmos enquanto cidadãos de um país que amamos tanto, apesar de tudo.
Porque não uma mega manifestação em todo o país, a um sábado ou domingo, onde as pessoas de cada freguesia, cada cidade, cada concelho, viessem para a rua gritar o quanto estão tristes, insatisfeitas e revoltadas com tudo o que lhes foi e será sonegado?”
Estou inteiramente de acordo. A greve geral, convocada pelas centrais sindicais, vai acontecer. Com que adesão, com que participação? Nunca o viremos a saber. Depois da greve seguir-se-á a costumeira e azucrinante guerra de números entre os sindicatos e o Governo. Pegando na ideia da Maria João, daqui lanço um apelo aos sindicatos, como fortes mobilizadores da vontade popular, e à sociedade civil em geral, para que depois da greve todos se empenhem numa mega manifestação, duma ponta à outra de Portugal, sem esquecer as regiões autónomas. Num Sábado, num Domingo, ou mesmo por todo um fim-de-semana. Deixemos as peregrinações aos centros comerciais, os passeios, as idas aos restaurantes, as tardes de cinema, o doce nada fazer do sofá, o recolhimento ao só, o encolher de ombros que tolhe e diminui. De braço dado com filhos e netos, outros familiares, homens ou mulheres, companheiros e amigos, percorramos o chão do País, gritando bem alto a nossa indignação, com cada um erguendo uma bandeira branca com a palavra NÃO.

18 comentários:

Penélope disse...

Carlos, todos estamos indignados com as formas administrativas desrespeitosas que acontecem por todo o MUNDO.
Abraço

ANTONIO SARAMAGO disse...

Plenamente de acordo, mas digam-me o que se tem ganho com as greves.

Manuela Freitas disse...

Carlos,
Considero essa mega manifestação uma ideia excelente, porque afinal em qualquer situação em se esteja todos têm razão para reclamar. Era muito bom se isso fosse em frente!
Um abraço,
Manuela

R disse...

Apoiado.
Também concordo que o país não está de maneira nenhuma em situação para se fazer greves.Estamos falidos. E pior ficamos. Mas duvido que os Sindicatos isoladamente, marquem outra data que não a que foi acordada pelas 2 centrais sindicais. E lá ficamos todos ainda mais na penúria!
Um abraço

Agulheta disse...

Amigo Carlos.Uma grande ideia fazer uma greve de maneira mais de revolta,onde a paz impera,porque leva a bandeira da paz,branca.Porque meu amigo o país não se pode dar ao luxo de fazer greves que depois todos nós vamos sofrer.Agora sim mostrar a revolta,porque assim da forma que está ,eu digo NÃO.
Beijinho e tudo de bom

Rogério G.V. Pereira disse...

"Não haverá amanhã se não mudarmos o hoje"(J.S.)

Hoje assino-me

Um gajo falido

Mª João C.Martins disse...

Carlos

Meu amigo

Fico feliz, por ter dado crédito à minha sugestão.
Se estivesse em nós a força mobilizadora das gentes do nosso país que estão descontentes, seria a tal manifestação, acontecimento nacional, já no próximo fim-de-semana!!

Sou mulher de paz, como tão bem sabe. No entanto, as palavras ou silêncios podem ser poderosas armas, como a história já nos demonstrou.
Essa bandeira branca com um NÃO inscrito, içada em silêncio por todos nós que somos povo e país, parece-me ser a melhor postura desse tronco, que embora despido, pela seiva quente e dormente, ainda se mantém erguido.

Um enorme abraço grato, muito grato!

Carla Farinazzi disse...

Carlos,

Ao juntar essas duas maravilhosas cabeças "Maria João" e "Carlos Albuquerque" tem-se ideias espetaculares. Maria João lança uma ideia esplêndida, que teria muito mais efeito (na minha humilde opinião) do que uma greve geral com baixa adesão. Lembro-me, aqui no Brasil, quando todos nós, homens, mulheres, jovens, crianças, velhos, saímos às ruas vestidos de preto e com as caras pintadas com as cores verde e amarelo. Para expulsar o ex-Presidente Collor de Mello do Governo, diante de tantas denúncias de corrupção e com o povo relegado à mais absoluta miséria. E deu certo! Ele sofreu o impeachment e renunciou ao cargo.
E assim nos livramos daquele que foi um dos governos mais corruptos da história do Brasil, eleito democraticamente após a ditadura.
O povo tem força. Basta que se mobilize. Basta, como você disse, que se deixe de lado o doce nada fazer do sofá e o encolher de ombros que tolhe e diminui e não resolve nada.
As pessoas têm que ter consciência da força que têm.

Beijos

Carla

Anónimo disse...

Sinceramente, penso que nossa sociedade esta afundando cada vez mais, e isso não é pq eu estou desanimado, mas sim pq as pessoas estão esquecendo o principal: fidelidade, respeito, paciencia, e amor.

Abraços.

http://cogumex.blogspot.com/

maria teresa disse...

Junto a minha voz à da Maria João e à sua!
Parar o "trabalho" no país é contribuir com mais um "prego" para ajudar o barco a afundar.
Abracinho meu!

Carlos Albuquerque disse...

Cogu Cogumelo
É a primeira vez que o vejo de visita à minha cubata. Seja bem-vindo e volte, sempre que quiser, as portas estão abertas a quem chega por bem.
Quanto ao que diz, tem razão, mas há que não ficar de braços caídos. Não lhe parece?
Abraço

São disse...

E porque não uma greve de zelo?

Um abraço

Teresa Santos disse...

Olá meu Mwata,
Sabes, apetecia-me pegar neste texto da Maria João e postá-lo no "Crónicas".
Isto por duas razões: 1.º porque estou inteiramente de acordo; 2.º porque acho que é tempo de fazermos qualquer coisa.
Já estive no blogue da Maria João mas não o encontrei, e, obviamente não vou postá-lo sem a sua autorização.
Ainda vou tentar ver melhor.
Abraço grande, meu Mwata.

Carlos Albuquerque disse...

Teresa Santos.
Não podias encontrar o texto da Maria João no seu blogue! Trata-se, como expliquei, de um comentário que ela deixou na minha cubata, que publiquei em itálico, acrescentado-lhe ideias minhas, como a da bandeira branca com a palavra NÃO. Por favor, lê outra vez o meu post.
Conhecendo a Maria João, como conheço,creio poder assegurar-te que estás à vontade para publicar o seu comentário, bem como o meu acrescento.
Se o fizeres julgo que apenas deverás ir ao blogue dela dar-lhe conhecimento. Quanto a mim utiliza o que escrevi, não é sequer necessário qualquer crédito.
Abraço

Mª João C.Martins disse...

Carlos

Na verdade, o meu amigo já me vai conhecendo bem!!
Obviamente não seria necessária autorização prévia publicar esta minha sugestão, mas para não haver qualquer dúvida, já fui lá ao Crónicas, dizer isso à Teresa.

Beijinhos aos dois

Teresa Santos disse...

Obrigada, amigos.

Um beijinho para ambos.

Marilu disse...

Querido amigo, o mundo está totalmente confuso, e cada vez fica pior. Beijocas

Brown Eyes disse...

Quanto a essa greve agendada eu penso que irá ter pouca adesão, não porque o nosso país está falido, nem porque já temos pouco dinheiro e perder um dia torna as coisas mais dificeis para quem ganha uma ninharia mas sim porque as pessoas têm medo, medo como nunca tiveram. Beijinhos