sexta-feira, 18 de março de 2011

Do Mwata

Regresso após uma ausência forçada por um deslize de saúde, que não passou de uma, mais uma, pedrita no caminho. Coisa de somenos de mim não afastando a crença de que ainda há vidas para viver. As alheias, e a que é minha. Tão só! Simples, como a realidade de ser.
Retorno na véspera da noite em que a Lua será mais cheia, mais luminosa e estará mais próxima do que é costume. Encostar-se-nos-ás mais do que é seu hábito. Sempre imaginei a Lua como um ser plural, tal como o Universo. Talvez por isso acredite que ela agora se nos chegue um pouco mais, querendo ver o que por cá andamos fazendo, quiçá, também, querendo saber o que verdadeiramente somos. Que assim seja. Não será por isso que me agarrarei a novas crenças ou a diferentes ânsias.
Por mim, aproveitarei a oportunidade para lhe perguntar se ela, como eu, ouviu isto:
“Importa que os jovens deste tempo se empenhem em missões e causas essenciais ao futuro do país com a mesma coragem, o mesmo desprendimento e a mesma determinação com que os jovens de há 50 anos assumiram a sua participação na guerra do Ultramar”.
Extracto de um discurso feito na última Terça-feira, por ocasião dos 50 anos da guerra colonial, pela criatura que parte dos Portugueses recolocaram em Belém como PR.
O ditador que, qual pigmeu, foi derrubado por uma cadeira enjoada e cansada de o ter sentado, não diria melhor.
Acredita a juventude de agora que os jovens dos anos 60 (um milhão) partiam para a guerra colonial com DESPRENDIMENTO, felizes e contentes, como licença para matar no bolso, coração para serem mortos, e vontade de serem heróis, deixando ao abandono forçado famílias, estudos e trabalho?
À Lua vou perguntar, sobre o senhor de Belém:
Sabe ele o que é, que alma tem, se é que alguma tem?


7 comentários:

folha seca disse...

Caro Carlos Albuquerque
Esperemos que essas pedras que se vão metendo no seu caminho, não sejam persistentes e que possamos por muito tempo tê-lo por aqui sem interrupções, pelo menos, se as houver que não seja por motivos de saude.
Quanto ao Senhor que habita Belém. Já nada me surpreende. A mim o que me custa é que são 5 penosos anos. Na verdade não seria de esperar outra coisa. O seu curriculum e os "disparates" que foi dizendo já o tinham demonstrado. Enfim. Haja paciência.
Abraço

Rogério G.V. Pereira disse...

Olá
Que bom sabe-lo melhor...
Quanto ao se a Lua terá ouvido aquela coisa dita pelo coiso... Ouviu, certamente.
Mas não espere respostas, assim, de repente. Ela tem de trocar impressões com o Sol e raramente se encontram. Quando o fazem um eclipsa o outro. Talvez seja melhor não perguntar nada à lua e, amanhã, ir para a rua!
(caso não possa estarei lá por si, também...)

Helena disse...

Ainda bem que foi apenas uma pedrita.
Quanto ao que diz o senhor de Belém, eu nunca oiço. Com a idade começo a ficar com um ouvido muito selectivo...
Abraço e que amanhã nos encontremos nas ruas da nossa cidade e que elas sejam pequenas!

Laços e Rendas de Nós disse...

Carlos

Ainda bem que voltaste. Estas pedrinhas/desafinações que, volta e meia volta, nos impedem de continuar a "virar" vão-nos tirando do sério.

Do sério nos tiram também
os que, quando abrem a boca, sai asneira porque ainda não estamos no tempo da mosca... No tempo das "moscas" temos estado e não há insecticida que nos valha.

Amanhã talvez!

Beijo

Agulheta disse...

Amigo Carlos.Em primeiro lugar desejo que a saúde não volte a dar problemas,mas assim é a vida de vez em quando.Quanto ao morador de Belém já não admira nada,só tenho que o gramar mais cinco para mal dos pecados.Pensaria ele que os jovens de hoje acreditam nestas palavras...só sei que os dos anos sessenta iam sem regresso,e os que vinham tinham sorte.
Beijinho bfs

palavrasasolta disse...

Olá Carlos.
Só agora me dei conta do que dizia neste post.
Espero que agora esteja tudo bem. Lá aparecem de vez em quando essas pedrinhas nos sapatos, mas cá nos temos de aguentar.
Dou-lhe todo o meu apoio.
Beijos

Mª João C.Martins disse...

Carlos

Também eu me deparei com a Lua, no dia em que esteve tão grande como nunca a vi e tão perto que quase me apeteceu entrar nela e lá ficar. Se me tivesse ocorrido...não, não lhe perguntava o mesmo que o Carlos, ela acharia que eu nela habitava, em segredo, há muitos anos e, por isso estaria, completamente alheada da vivência terrena. Se me tivesse lembrado, ter-lhe-ia pedido para se manter assim, imensa, sobre o olhar cego dos homens, talvez deste modo, muitos passassem a ser mais humildes e a não ter tanta certeza nas barbaridades que afirmam.

Um abraço meu amigo, espero que a saúde se encontre fortalecida e perdoe-me o atraso na leitura. Às vezes o tempo foge-me dos dedos...