terça-feira, 18 de outubro de 2011

É hora!


Os momentos porque passamos são instantes em que nos pesam a angústia, a desilusão, o desespero e a indignação. A miopia que vemos, e para além de ver também ouvimos, fazem-nos sentir envoltos numa névoa, escrita a cinzento, que persiste em querer ser contínua.
Por mim, não quero mais ouvir as vozes, nem ver os rostos dos algozes do meu país, que querem exterminar-nos.  
Dá-me ganas de partir, talvez seja melhor dizer fugir, mas logo me sustenho na minha cubata à beira da encosta rugosa da minha ilusão onde a escravatura não é a lei da vida, e onde nunca quis, nem quero ter, um leito de morte lenta. 
A revolta é possível. Não temos que ter pela Liberdade um amor cobarde.


11 comentários:

São disse...

A minha alma está cinzenta e o meu sono escasseia em crescendo.

Mais uma razão para que não deixe de lutar.

Uma serena noite.

Rogério G.V. Pereira disse...

:-))

Sem tempo para deixar outra coisa que não seja uma marca. Um sorriso de confiança (ou de esperança?)...

Anónimo disse...

Está difícil, caro Carlos, também me apetece partir. Só não o faço, porque tenho a miha velhinha com 97 anos e sou o único filho que lhe resta.
Um grande abraço

Fê blue bird disse...

meu querido amigo:
Como me identifiquei com este seu texto. Partir já não posso mas incentivo os meus filhos a fazerem-no e isso despedaça-me o coração.
A revolta está nas nossa mãos!

beijinhos

Laços e Rendas de Nós disse...

Carlos

Tenho-me vindo a mentalizar de que a partida será um ponto de partida.

Tenho mandado currículos para diferentes Ministérios e Organizações no estrangeiro e, depois de o fazer, caio numa prostração e num vale de lágrimas. Não me sinto com forças mas tenho que continuar, pela minha filha.

Ando, animicamente, destroçada. Mas vou resistir.

Beijo

Mª João C.Martins disse...

E como saramos os corações, Carlos?
Como saramos os corações que de revolta se alimentam?
Que a voz não se cale, que os barços não sejam inúteis, mas que a razão não se perca, para que não se destrua a dignidade que nos conforta.

Um beijinho

Teresa Santos disse...

A minha angústia, querido Mwata, é ter a sensação de que a hora já passou!
Ainda iremos(iríamos) a tempo? Não será tarde demais?

Abraço grande, meu Mwata.

Paula disse...

Fiquei comovida com o texto...
Diz tudo e de uma forma tão límpida que pouco podemos acrescentar

Brown Eyes disse...

Olá Carlos. Que bom que voltaste. Partir é a solução porque quando a destruição é quase total nada há a fazer para reabilitar.
Beijinhos

folha seca disse...

Caro Carlos Albuquerque
Quase que me escapava este curto mas signativo conjunto de palavras em forma de post.
Retenho o ultimo parágrafo e se me permite acrescento algo da minha lavra. "A liberdade só existe se para a defender e usar, não existir cobardia".
Abraço

Janita disse...

Olá Carlos,
mais uma vez o cumprimento com alegria!
Nenhum amor deveria ser cobarde. Ao lutar pela Liberdade tem de ser de peito aberto, mas a revolta é uma arma que se vai desgastando com o tempo. Pena.

Beijos meu amigo.

Janita