sexta-feira, 24 de junho de 2011

O iluminado

O novo ministro da Economia sabe como tirar Portugal da crise. Revitalizar a Agricultura? Recuperar o sector das Pescas e o da Indústria Naval, entre outros? Aumentar as exportações e produzir mais para o mercado interno, diminuindo as importações? Fomentar o emprego? Nada disso. Tais coisas serão, para o ministro, porventura, ninharias.

Álvaro Santos Pereira, assim se chama quem agora tutela a pasta da Economia, encontrou a solução: O “filão dos reformados estrangeiros”.

Diz ele no seu livro “Portugal na Hora da Verdade”, editado este ano: “Gostaria que Portugal se transformasse numa verdadeira Florida da Europa”. Para Santos Pereira, Portugal deveria ter os reformados como uma das suas principais riquezas. Tendo descoberto o que mais ninguém até hoje logrou vislumbrar, esclarece: “O Estado português ainda não descobriu o verdadeiro filão dos reformados dos países nórdicos, da Europa do Leste ou das ilhas britânicas."

O ministro não fala dos reformados portugueses. Isso é gente que não conta, pouco lhe importa para a construção da sua Florida. Aceitou integrar um governo que vai reduzir pensões e reformas dos portugueses. A estes, aos pensionistas e reformados portugueses, que não tarda estarão de tanga, muitos apenas de sacos púbicos, proporá, por certo, um dia destes, que se enviem para o Arquipélago dos Bijagós, com todo o respeito que me merece aquele pedaço do solo africano.

Assim vamos nós, caminhando à luz dos iluminados!


4 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

Meu caro, é sem dúvida um bom texto e que nos dá elementos sobre uma figura desconhecida para a maior parte de nós. Tenho apanhado, fora do curriculum "oficial" (feito para veder imagem), alguns aspectos que tornam mais claras as sua ideias (ou a falta delas). Contudo, lembro dois aspectos: Primeiro, ele enquanto ministro terá poucas oportunidade de influenciar politicas económicas quer porque não vai haver dinheiro para a economia quer porque as prioridades definidas não passam pela geração de riqueza; Segundo, pertence à escola do pensamento único e, portanto, não terá nenhuma iniciativa decorrente de necessidades especificas e enfileirará fácilmente nas linhas orientadoras ditadas por Bruxelas. Apesar de, em contradição aparente, admitir a reestruturação da dívida jamais tomará qq iniciativa nesse sentido. No que é bem querido...

Filoxera disse...

De facto, se é assim que um ministro da economia pensa, cada um de nós, ao limitar-se a governar as suas economias familiares, deve ser considerado um génio, não?
Beijinhos.

R disse...

Olha Carlos, espero bem que o Álvaro (é assim que ele prefere que o chamem) seja mesmo um iluminado, porque não sei como vai dar conta de tão grande empreitada. Reduziram os ministérios, mas será que as coisas irão funcionar? Têm de ser pessoas do outro mundo, uns fora de série. Esperemos para ver.
Um abraço

ematejoca disse...

Prometi a mim mesma, não me meter na política, coisa de que não percebo, e dedicar-me ao Mundial 2011 que decorre neste momento na Alemanha, coisa que ainda percebo menos.

Hoje li um artigo sobre o nosso "iluminado", como o Carlos lhe chama, e há um ponto, pelo menos, em que concordo plenamente:

"Álvaro Santos Pereira tem sido o ministro mais mediático do novo Governo. Não deve ser, deve resguardar-se para outro momento, quando for necessário ser mediático, e evitar as frases e afirmações soltas, como as que já fez, porque elas podem, e vão, voltar-se contra si. E deve concentrar-se em cumprir, já em Julho, as difíceis medidas que estão no calendário negociado com o FMI, Bruxelas e o BCE."

Pois bem, o "Florida" ainda lhe perdou, ele quer apenas fomentar o turismo em Portugal, uma das nossa fontes de riqueza.
Já o "Alvaro" em vez de Sr. Ministro não me soa nada bem. Ele tem de se dar ao respeito para ser respeitado.
É bom que fale menos e trabalhe mais, mas falarem demais e a maior parte vezes só parvoíces é típico da maior parte dos políticos de todos os partidos; as parvoeiras que a Ana Gomes disse em Bruxelas também ainda não as esqueci.

Um abraço da amiga de longe que está a morrer de calor, pois que em Düsseldorf temos hoje 36 graus.