sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Bartolomeu de Gusmão ( o Padre Voador)




A Passarola

Há três séculos (8 de Agosto de 1709) o jesuíta português Bartolomeu de Gusmão surpreendeu a corte do Rei D. João V e o mundo, ao fazer subir, do tecto até ao chão, um balão de ar aquecido. Entusiasmado com tal feito desenvolveu uma versão tripulada e de enormes dimensões do balão a que chamou o seu “instrumento de andar pelo ar”, mas que foi baptizada de Passarola. A Passarola foi lançada da Praça de Armas do Castelo de S. Jorge em Lisboa, tripulada, provavelmente, pelo seu próprio inventor, e fez uma viagem de cerca de 1 quilómetro até aterrar no Terreiro do Paço. Tornou-se no primeiro engenho construído pelo homem a efectuar um voo, 74 anos antes do balão dos irmãos Montgolfier. O seu inventor ficou conhecido como o “Padre voador”. As gravuras reproduzindo a Passarola com a forma de um grande pássaro, pouca credibilidade merecem. O engenho teria, possivelmente, aspecto semelhante aos actuais balões-de-ar-quente.
No seu livro Memorial do Convento, José Saramago ficciona a história da Passarola e do padre Bartolomeu de Gusmão.
Os trabalhos do padre jesuíta não foram, na altura, considerados em Portugal como inovação importante ou útil. Talvez desiludido o padre deixou Lisboa e viajou pela Holanda, onde deixou alguns inventos, e por França. Em Paris trabalhou como ervanário para se sustentar. Regressado a Portugal, e embora protegido por D. João V, foi perseguido pela Inquisição acusado de simpatias pelos cristãos-novos. Fugiu para Espanha acabando por morrer em Toledo.
A nossa esquizofrénica propensão para o não reconhecimento das qualidades nacionais vem de longe!

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