quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Devaneio de Quinta

Meter é um verbo chato!

“Não metas a foice em seara alheia!”. Deita-lhe a mão.
“Não metas o nariz onde não és chamado!”. Essa agora! Cheira, cheira, que é bom.
“Olha, mete-o no c.!”. Irra que é estúpido!
“Meter? Nem a brincar!”. Olha, então vou carregar a sério!
“Mete aqui!”. Querias
“Mete aqui a tua mão!”. Não meto, ponho!
“Não metas o carro à frente dos bois!”. Põe!
“Mete mais do que pode!”. Este verbo é mesmo parvo!
“Mete a quarta!”. Isso é que era bom! Hoje é Quinta, minha!
“Mete a isca no anzol!”. Não metas, põe! Se a meteres podes ficar sem anzol, sem isca e sem faneca!
“Mete-te em má cama!” Mete, mete e vais ver como a noite se faz longa!
“Não se hão-de meter os tormentos todos num buraco!” Pois não, não cabem. Se os puseres, com jeito, vais ver que os arrumas todos.
"Não metas a mão na massa!" Põe-lhe as mãos, coze o bolo e papa-o!
“Mete a viola no saco!” Viste o que aconteceu ao Sporting? Se tivesse dito põe-na de lado…



3 comentários:

Sofá Amarelo disse...

Excelente dissecação de português, de expressões de todos os dias mas que - na sua maior parte - têm conotações menos indicadas, digamos!

Realmente algo não soa bem quando se utiliza o verbo 'meter'. Que tal substituir por um sinónimo? Talvez colocar!!!

Forte abraço!!!

Rafeiro Perfumado disse...

Eu até colocaria um comentário, mas não me quero METER em tão brilhante dissertação!

Abraço!

Carlos Albuquerque disse...

Sofá Amarelo, porque não?
Forte abraço!

Rafeiro Perfumado, para além de chato é irresistível. O verbo, claro! Quando chamado à ironia até se lhe calçam saltos altos! Sou visitante do seu blogue. Gostei que se tivesse metido por aqui. Raios! Lá está ele!
Um abraço