domingo, 3 de maio de 2009

Dia da Mãe


De onde vem o Dia das Mães, ou Dia da Mãe


Dia das Mães, ou Dia da Mãe. Usarei a segunda designação.

O que de mais antigo se conhece, como aproximação à criação do Dia da Mãe, chega-nos da Grécia Antiga e de Roma Imperial. Na Grécia Antiga o povo entregava-se a comemorações sempre que chegava a Primavera, em honra de Rhea, a mãe dos deuses e também dos seres comuns. Em Roma, 250 anos antes de Cristo, começaram a realizar-se festas dedicadas a Cybele, a mãe dos deuses, mas esta dos deuses romanos. Mães com muita trabalheira e canseira, tantos eram os deuses!
No século XVII, em Inglaterra, celebrava-se o 4º Domingo da Quaresma (40 dias antes da Páscoa) como “Domingo da Mãe”, em homenagem às mães inglesas. Neste período, a maior parte da classe baixa inglesa trabalhava longe de casa e vivia com os patrões, mas não propriamente em casa destes (muitas vezes em celeiros e cubículos contíguos a currais)! No Domingo da Mãe, os servos tinham um dia de folga e eram encorajados a regressar a casa e a passar esse dia com a mãe.
Com a expansão do Cristianismo pela Europa passou a homenagear-se a força espiritual que “dava vida aos cristãos e os protegia do mal”: a “Igreja Mãe”, em homenagem a Maria, mãe de Jesus. Uma festa da Igreja que, com o correr do tempo, deixou de chamar-se Dia da “Igreja Mãe”, passando a Domingo da Mãe. Num só dia, os cristãos passaram a homenagear tanto as suas mães como a própria Igreja, evocando a Virgem Maria.

Porque razão se exalta a Mãe de modo quase universal?

De certo porque, pela maternidade, a mulher participa no poder divino (para os crentes) de transmitir a vida e de entregar a sua própria pela que gera. Há uma lenda que conta o seguinte: um jovem bastante pervertido, desejava que a mãe morresse para poder usufruir do dinheiro que receberia como herança. Um dia, num acto de loucura, mata a mãe, abre-lhe o peito e arranca-lhe o coração que mete num cofre. Depois corre em direcção a um bosque para aí enterrar o cofre. Ao correr tropeça e cai. Nesse momento, de dentro do cofre ouve-se uma voz carinhosa perguntar: “Magoaste-te, meu filho?”. Até onde vai o amor de Mãe, mesmo que de lenda se trate!

É hoje comummente aceite que a ideia da criação do Dia da Mãe que chegou aos nossos dias surgiu nos Estados Unidos e partiu de Anna Jarvis, que em 1904, quando a sua mãe morreu (uma mulher admirada por ter prestado relevantes serviços comunitários durante a Guerra Civil Americana) , pediu na igreja de Grafton, apoiada por um grupo de amigas preocupadas com a depressão que se apoderara dela, que se estabelecesse um dia especialmente dedicado a todas as mães.

Grafton é uma pequena cidade semi-rural, no estado norte-americano de Massachusetts, na região da Nova Inglaterra, com uma população rondando os 15 mil habitantes e maioritariamente de fé católica (47%).

O primeiro Dia da Mãe celebrou-se três anos depois, a 10 de Maio de 1907, na igreja de Grafton, com a presença de praticamente toda a família e amigos de Anna. Nessa ocasião, Anna Jarvis enviou para a igreja 500 cravos brancos, que deviam ser usados por todos, e que simbolizavam as virtudes da maternidade. Ao longo dos anos enviou mais de 10.000 cravos para a igreja de Grafton – encarnados para as mães ainda vivas e brancos para as já desaparecidas – e que são hoje considerados mundialmente com símbolos de pureza, força e resistência das mães.
Para Anna e amigas o objectivo era o de sensibilizar as pessoas para a necessidade de se ter sempre presente a lembrança da mãe e de a esta proporcionar prazer e felicidade através de palavras, ofertas e manifestações de afecto, ao longo da vida.
Aceite a ideia na comunidade local, iniciaram contactos com gente influente, como membros do Governo, homens de negócios e políticos, com o intuito de estabelecer um Dia da Mãe a nível nacional.
Tiveram êxito!
Em 1911 o Dia da Mãe era já celebrado em praticamente todos os estados da América, e, em 1914, a data foi oficializada pelo Congresso Norte-Americano. A lei que declarou o Dia da Mãe como festa nacional no 2º Domingo de Maio, foi aprovada pelo presidente Woodrow Wilson, presbiteriano convicto do Partido Democrata. Após isso muitos países seguiram o exemplo, mas a data, porém, ganhou um carácter comercial. A essência da data foi praticamente esquecida. O objectivo passou a ser a compra de presentes, largamente publicitados pelo comércio, na mira do lucro. O facto desagradou a Anna Jarvis, que, desapontada, liderou, em 1923, uma campanha contra a comercialização do dia. Nada conseguiu mudar!
Em Portugal, até há alguns anos atrás, o dia da mãe era comemorado a 8 de Dezembro (para a Igreja Católica o Dia da Imaculada Conceição de Maria Santíssima, feriado nacional). Apoderando-se do dia um certo espírito de exploração comercial, que só o evocava como Dia da Mãe, a Igreja Católica, para evitar que a festa da Imaculada Conceição caísse no esquecimento, transferiu o Dia da Mãe para o 1º Domingo do mês de Maio, em homenagem à Virgem, Mãe de Cristo, excepto se esse dia for o Domingo de Pentecostes (50 dias depois da Páscoa).
No Brasil começou ser assinalado em Maio de 1918 pela Acção Cristã de Moços (ACM). O presidente Getúlio Vargas determinou, em 1932, que o dia passasse a ser comemorado no 2º Domingo de Maio.
Em Israel o dia não se celebra. Neste país há o Dia da Família, em Fevereiro.
Pelo mundo fora o Dia da Mãe é celebrado em datas diferentes.

Celebrações em Maio, como em Portugal:

Dia 10 – México, Guatemala, Barém, Hong Kong, Índia, Malásia, Qatar e Singapura;
Dia 26 – Polónia;
Dia 27 – Bolívia e República Dominicana;
Primeiro Domingo – Portugal, Lituânia, Hungria, Cabo Verde, África do Sul, Espanha e Moçambique;
Segundo Domingo – Austrália, Bélgica, Brasil, China, Dinamarca, Alemanha, Estónia, Finlândia, Grécia, Itália, Japão, Canadá, Holanda, Nova Zelândia, Áustria, Peru, Suiça, Formosa, Turquia, Estados Unidos e Venezuela;
Último Domingo – França (se coincidir com o Pentecostes é transferido para o primeiro Domingo de Junho) e Suécia.

Fontes:

Datas - Wikipédia

Texto - Arquivos do autor e Diciopédia

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