sexta-feira, 22 de maio de 2009

Eleições (Parlamento Europeu)


Parlamento Europeu



Leio jornais, vejo e ouço as televisões.
Não gosto do que me chega. Votar? Para quê?
Não, não ouvi nada, “só aquele gajo de óculos” (DN, 17 de Maio de 2009).
E, já noutro contexto, também vejo e ouço gente a dizer mal de tudo e de todos. Está-nos no sangue, mas há-de mudar.
Caramba, bolas, que raio!
O que foi preciso fazer-se para chegarmos à liberdade do voto sem medo. Até uma revolução com cravos numa madrugada de Abril! Se não se lembram peçam a quem não esqueceu para dizer como era.
É certo que, quase sempre, aqueles em quem votamos goram as nossas expectativas. É verdade que os eleitos mal se sentam na cadeira do poder, seja na Assembleia da República, no Governo ou no Parlamento Europeu tendem a esquecer-se. Olham para o lado, assobiam, encolhem os ombros e mandam as promessas às malvas. Mas é igualmente verdadeiro que alguns já vão silvando pouco, começam a olhar em frente, mexem menos as espáduas e recorrem, vez por outra, ao livro do prometido.
E nós?
Se os que lá pusemos nos deixaram mal, peguemos no voto e mudemo-los, sem deixar que nos pisquem os olhos. O voto não é um cheque passado a alguém ad eternum. Ouçamos os que se candidatam. Depois é escolher o que se aproxima do que pensamos e desejamos.
E se falharem? Continuemos, continuemos. Tanto os havemos de mudar que hão-de aprender! Não é verdade que água mole em pedra dura tanto bate até que fura?
E, depois, quem não participa não tem o direito de criticar ou de dizer que ouviu “aquele gajo de óculos”. E, outro depois, não vamos querer dizer aos filhos: ajudei a mudar isto. E que eles digam aos deles ainda mais e melhor? Por exemplo: este país é o meu!
7 De Junho – eleições para o Parlamento Europeu. Vamos lá. Aquilo é importante. Estamos na União Europeia. Cada vez mais os estados membros dependem das leis da União e se moldam por elas. Quanto mais deputados ali tivermos a pensar como nós (podemos dizer da nossa cor, recorrendo ao léxico partidário), mais a Europa será a que quisermos e, por arrasto, o país também. Então não vale a pena? Claro que sim!
Não vamos ficar em casa a ver à noite pela televisão e a dizer para a parceira (ou parceiro): já viste aquela cambada?
A propósito recorde-se que a primeira presidência do Parlamento Europeu foi exercida por uma mulher eleita em 1979 (manteve-se até 1982): Simone Veil (na fotografia, Wikipédia), uma política francesa de ascendência judia que, enquanto ministra da Saúde no seu país, elaborou, em 1974, e fez aprovar, em 1975, a lei que despenalizou a interrupção voluntária da gravidez em França.

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