sexta-feira, 12 de junho de 2009

10 de Junho (Ainda)

Jogar em casa


Em 2008 o Presidente da República foi ao passado. Não se fez à vela, ao que se sabe, por mares nunca dantes navegados. Ficou-se aquém da Taprobana, Evitou perigos e guerras esforçados por lhe sobrar a fraqueza humana. Não conheceu gente remota, ficando, assim, incapaz de entre ela edificar o que quer que fosse. Teve encontros, presume-se. Com o épico, não.
No regresso, sabe-se, passou por Viana do Castelo chamando Dia da Raça ao Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.
Há quarenta e oito horas, em Santarém, homenageou o capitão de Abril, Salgueiro Maia, enaltecendo-lhe a qualidade de português e de combatente pela liberdade.
Há vinte anos, era então chefe do governo, negou uma pensão ao mesmo militar a quem a liberdade reconquistada dos portugueses tanto deve.
Nos últimos tempos o Presidente da República tem-me aparecido com um new look: penteia-se à Gary Grant, o actor norte-americano de ascendência inglesa que (fonte – Wikipédia), para além de quatro casamentos, viveu com Randolph Scott, outro actor, conhecido pelas fitas de índios e cowboys. Já vinha reparando, outrossim, que o Presidente saliva menos e articula melhor as palavras, para o que terão contribuído, por certo, as aulas de dicção recebidas de uma boa falante do português. Com as eleições europeias a sua família política ocupou a Europa. Os cravos murcharam. O Presidente Sorri mais!
Dia da Raça, depois já não.
Pensão negada a Salgueiro Maia – o Herói preocupava.
Agora, homenagem – o Herói já não incomoda.
O Presidente joga em casa.

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