quinta-feira, 25 de junho de 2009

Entrevistas (MFL à SIC)


Manuela Ferreira Leite
no
“Dia D – Especial”

Na semana passada coloquei aqui um post sobre a entrevista do PM à SIC. Agora este, mantendo o estilo, sobre outra entrevista.
Lá em cima, dentro do parêntesis, está MFL. A sigla ou acrónimo (senhores puristas?) significa Manuela Ferreira Leite, a dama que é presidente do PSD – Partido Social-democrata, que em tempos já foi PSD-PP, valendo o PP por Partido Popular. Nestes tempos o CDS é que usa o PP. Tal como ao PM (Primeiro-Ministro) também não antecedi MFL de Dr.ª. As razões já as expliquei no post referido no primeiro parágrafo.
MFL foi, como o PM, ao programa da SIC “Dia D – Especial” para ser entrevistada pela jornalista Ana Lourenço. Mantendo a sobriedade, a voz calma e o sorriso certo Ana esteve, porém, pior do que na entrevista ao PM. Há outras, mas destaco duas razões. A primeira: não perguntou a MFL o que a distinguia do PM. A segunda: no final da entrevista não leu um texto sobre a entrevistada como o fez aquando do PM, de que muito disse, sem se esquecer de passar pelo Freeport! Foi pena, gostaria de ter ficado a saber coisas sobre a Presidente do PSD. O quê? Que pergunta! A senhora é casada, divorciada, tem filhos, netos, cunhados, sobrinhos, animal de estimação, lê, gosta de sardinhas assadas e de sangria? Já algum Outlet se meteu na sua vida? Estava satisfeita consigo própria quando foi ministra da Educação e das Finanças?
Não vou insinuar que a assessoria de MFL tenha interferido (em Democracia a palavra pode parecer feia, mas não me ocorre outra) na forma final do programa, amputando-lhe o conteúdo, mas lá que a suspeita é legítima, é, sobretudo neste caso em que há termo de comparação. Adiante.
Até aqui MFL parecia próxima do fim do prazo de validade. Na entrevista apareceu diferente, mais solta, sorridente, afirmativa, mais vivaça. Fez criticas, muitas, não ao Governo mas a José Sócrates (JS), o PM. Disse verdades que todos conhecemos, incluindo JS, mas também coisas à toa como quando falou do caso PT versus Prisa. Ana quis saber se MFL vai pedir maioria absoluta nas legislativas. Não, isso não se pede, o que ela quer é ter mais votos do que o PS para correr com JS. Tanto insistiu nisto que mais parecia o Capuchinho Vermelho: tenho medo do lobo mau.
Grandes obras públicas? Cruzes! Nem vê-las. O País está, não disse de tanga, mas endividado. Mais soft na escolha do vocábulo do que foi Barroso. Como estamos de tanga, perdão endividados, há que fazer investimentos de proximidade; recuperar escolas e hospitais, por exemplo, o que o Governo já está a fazer, reconheceu. Mas, atenção, aqui também JS está mal pois não devem ser as grandes empresas a fazê-lo, estas não geram emprego. Nas pequenas e médias empresas (PME) é que está o segredo para enriquecer o país. Estas é que precisam de ajuda. Que ajuda? Que os Estado lhes pague as dívidas!
Auto-estradas, não. TGV, não. Ponte sobre o Tejo, não. Novo aeroporto, talvez, aquilo é feito por módulos! E, acrescento, provavelmente pelas PME!
O que fará se vier a ser Governo? Nada disse, só lá para fins de Julho é que há programa eleitoral. Para já só uma promessa: não aumentará os impostos!
Crise global em Portugal: terramotozinho!
Dias Loureiro? Engasganço. Fez de conta. Silêncio amigo e aconchegante.
Victor Constâncio? Palavras de respeito.
Depois da entrevista o painel de opinantes: Graça Moura, Bettencourt Resendes, Luís Delgado e Ricardo Costa. Em relação ao painel para o PM, da semana anterior, foram substituídos o politólogo Maltês e Nicolau Santos.

Graça Moura: as evidenciadas simpatias por MFL roubaram-lhe o discernimento;
Bettencourt Resendes: lúcido. “Nos Estados Unidos os americanos nascem, vivem e morrem endividados e o país avança”. Falta de ajuda às PME? Mas as primeiras linhas de crédito já foram esgotadas! Só lhe falta ser um pouco menos politicamente correcto para dizer tudo o que sabe;
Luís Delgado: Clareza. Um manifesto de opinião independente como poucas vezes se lhe tem ouvido;
Ricardo Costa: Sôfrego a deitar cá para fora a muita informação que tem. O excesso de informação provoca, por vezes, ruído, dificulta a comunicação. Caiu na brejeirice, aqui e ali,

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