quarta-feira, 17 de junho de 2009

Ida aos rascunhos (O que eles sabem!)


Sobre as últimas europeias.
Numa televisão por cabo.

Ao centro a entrevistadora, ou moderadora, se assim acharem que melhor fica dito. À esquerda ela que costuma falar numa coisa televisiva com mais uns quantos. À direita ele que é director de um semanário e vai à TV vezes que cheguem.
Faziam contas sobre percentagens, a propósito da elaboração de cenários para as legislativas que estão para chegar, ou melhor, das possibilidades para tal que delas possam resultar.
Dizia a moderadora que PSD e CDS-PP, pela amostra das europeias, somam 40% - uma hipótese de sustentabilidade governativa.
Dizia ele, pois, o PS e toda a esquerda não dá, não funciona. Pelas contas que fiz, aqui com a calculadora da barra do Office, o PS e toda a esquerda juntam mais de 40%. Mas ele lá saberá porque disse o que eu ouvi. Só não percebi o não funciona. Conjecturo eu: estaria ele a dizer para se olhar para outro lado?
Acrescentou ela: a direita portuguesa não é como a de - citou dois países. A direita portuguesa, continuou ela com ar meio docente meio discente, a direita portuguesa é civilizada. Quereria dizer, sei lá, não se assustem com o que pode vir, aquilo é gente urbana! Quereria?
Disse ele: nada, ficou em silêncio.
Interveio a moderadora: terminou o tempo, boa noite e obrigada aos dois.
O que eles sabem!
Aprendi, com ela, que a direita portuguesa é civilizada. Não me era, de todo, desconhecido que a direita portuguesa tinha sido evangelizada, mas, pensava eu, os missionários prosseguiam, ainda, com o seu trabalho a bem da fé e da nação, longe da civilização.
Fiquei a saber que há silêncios de clausura para um director de semanário.
Nenhum dos dois adjectivou a esquerda. Ela porque se encantara em divagações. Ele porque a voz se lhe escapulira.
É o que temos. São o que são.

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