sábado, 27 de junho de 2009

É o que temos (PT/Média Capital-3)




"Golden-share"?



Vimos, ouvimos e lemos – não podemos ignorar – Manuela Ferreira Leite (MFL) acusar o PM de utilizar a “golden share” na PT para defender a sua imagem, recorrendo "ao argumento mais extraordinário", de afastamento de suspeições, para vetar o negócio com a Media Capital.
MFL, já o escrevi em post anterior, está mais solta, sorridente, mais vivaça. Não vai descalça para a fonte, como Leonor pela verdura. Caminha calçada, por tapetes vermelhos, ou quer, de imagem mais produzida, não formosa, e nada segura. Veja-se:
O PM não poderia vetar o negócio da PT, a “golden share” não lhe dá tal poder. O negócio, a fazer-se, seria uma decisão do conselho de administração da PT, e o Estado (Governo) só pode actuar (interferir) na assembleia-geral da mesma. Se a PT quisesse avançar com a compra de parte da Média Capital o PM não poderia opor-se.
A tal “golden share” representada por quinhentas acções do Estado no capital da PT confere, na verdade, poder de veto na Assembleia-Geral anual onde os representantes do Governo podem opor-se à aprovação das contas da empresa, à distribuição de dividendos aos accionistas, à emissão de obrigações para dívida ou a Operações Públicas de Aquisição (OPAS). O negócio da PT, de que se tem falado, não teria de ser aprovado em Assembleia-Geral, mas sim no Conselho de Administração onde o Estado não tem poderes. Claro que no Conselho de Administração da PT há representantes de empresas estatais do grupo, mas mesmo que estes votassem contra (sem o poder de veto que o não têm), não inviabilizariam o negócio, pois são em minoria.
MFL é economista e foi ministra das Finanças de um governo em que o actual PR era primeiro-ministro. Não sabe ela que o PM não poderia usar a “golden-share”? Porque o acusou, utilizando a falácia? Mais do que uma jogada de baixa política, perpassa a ideia de que foi por ignorância.
Dá, assim, para entender porque quando foi ministra das Finanças durante mais de dois anos, não foi capaz de pôr em dia as contas do Estado, como ela própria confessou em entrevista à SIC (último “Dia D – Especial”). Quer ela que acreditemos ser dama capaz de levar o País para a frente?

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