Agradecimento
ao
Sábado
Segunda, Terça, Quarta, Quinta, Sexta (STQQS).
Faz tempos que andam por aqui, na mesma rotina: Segunda, Terça, Quarta, Quinta, Sexta…e, voltam ao princípio, a girar o disco e a tocar o mesmo, ou a levar o CD para a faixa 1.
São todas, as STQQS, substantivos femininos, são elas, sem tirar nem pôr, por muito que arrefeça à Segunda, granize à Terça, troveje e chova à Quarta, reaqueça à Quinta, e nos multem à Sexta, ao regressarmos apressados a casa, perante o faz de conta, esquece, da senhora Sexta, ela própria a pedir que lhe mandem a Segunda e nos arredem do caminho. Umas chatas, é o que elas são, especialmente a Segunda, essa menina que mais não sabe do que pôr-nos a semana à frente.
Sábado, Domingo. O Sábado é dado a leituras, como adiante se verá.
Mexem por aqui, igualmente, ao que se supõe, ao mesmo tempo que elas. Rolando, rolando, mas decidindo, um dia, quebrar o vinil, coisa que, antes de nós, já eles conheciam. São, ambos, substantivos masculinos, são eles, igualmente, como elas, sem tirar nem pôr, não se diga tal, porque não é tanto assim, é pior. Ao Sábado e ao Domingo, não há chuva, granizo ou vento, relâmpago ou trovão, que não nos bata à porta, se meta pelas janelas e nos perturbe, às vezes levemente, como se poeira mais grossa fosse, que por aqui não há neve, outras nem tanto, mais parecendo demónios à solta, ou os celtas vermelhos e pretos do halloween a perguntarem-nos: gostosuras ou travessuras? Brrr…! Ao Sábado e Domingo, também, é certo e sabido, lá aparecem os compradores de almas a venderem-nos credos religiosos; o vizinho do lado que gosta de cozinhar nestes dias, mas se esqueceu de comprar os ovos para as omeletas, ou quer fazer um buraco e não tem berbequim; o não sei quem aos gritos porque ficou preso no elevador; o pneu do carro furado; o filme que não passa no cinema do shoping porque acabou o tempo de exibição; as televisões a repetirem enlatados; o passeio adiado porque chove a potes; um Trojan no computador a pôr o Avast! aos berros; a Net que foi abaixo porque a Zon não dá conta do recado.
Faz tempos que andam por aqui, na mesma rotina: Segunda, Terça, Quarta, Quinta, Sexta…e, voltam ao princípio, a girar o disco e a tocar o mesmo, ou a levar o CD para a faixa 1.
São todas, as STQQS, substantivos femininos, são elas, sem tirar nem pôr, por muito que arrefeça à Segunda, granize à Terça, troveje e chova à Quarta, reaqueça à Quinta, e nos multem à Sexta, ao regressarmos apressados a casa, perante o faz de conta, esquece, da senhora Sexta, ela própria a pedir que lhe mandem a Segunda e nos arredem do caminho. Umas chatas, é o que elas são, especialmente a Segunda, essa menina que mais não sabe do que pôr-nos a semana à frente.
Sábado, Domingo. O Sábado é dado a leituras, como adiante se verá.
Mexem por aqui, igualmente, ao que se supõe, ao mesmo tempo que elas. Rolando, rolando, mas decidindo, um dia, quebrar o vinil, coisa que, antes de nós, já eles conheciam. São, ambos, substantivos masculinos, são eles, igualmente, como elas, sem tirar nem pôr, não se diga tal, porque não é tanto assim, é pior. Ao Sábado e ao Domingo, não há chuva, granizo ou vento, relâmpago ou trovão, que não nos bata à porta, se meta pelas janelas e nos perturbe, às vezes levemente, como se poeira mais grossa fosse, que por aqui não há neve, outras nem tanto, mais parecendo demónios à solta, ou os celtas vermelhos e pretos do halloween a perguntarem-nos: gostosuras ou travessuras? Brrr…! Ao Sábado e Domingo, também, é certo e sabido, lá aparecem os compradores de almas a venderem-nos credos religiosos; o vizinho do lado que gosta de cozinhar nestes dias, mas se esqueceu de comprar os ovos para as omeletas, ou quer fazer um buraco e não tem berbequim; o não sei quem aos gritos porque ficou preso no elevador; o pneu do carro furado; o filme que não passa no cinema do shoping porque acabou o tempo de exibição; as televisões a repetirem enlatados; o passeio adiado porque chove a potes; um Trojan no computador a pôr o Avast! aos berros; a Net que foi abaixo porque a Zon não dá conta do recado.
Só as multas ficam de fora, quando nos quedamos na cubata sem que a Sexta nos ponha o olho.
Um dia tudo mudou. O Sábado, dado a leituras, como ali atrás se disse, pôs os olhos em O Dia da Criação:
Um dia tudo mudou. O Sábado, dado a leituras, como ali atrás se disse, pôs os olhos em O Dia da Criação:
"...Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por vias das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo o mal..."
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por vias das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo o mal..."
(Vinicius de Moraes)
Cochichou com o Domingo, perguntaram ambos, não se sabe o quê, desconhece-se a quem, juntaram farrapos em união de facto, esticaram indicadores e médios num V, e fizeram-no nascer: O Fim-de-semana. Acabou a bagunça. Deixámos de andar, como saltimbancos, de Segunda para Terça, às vezes esquivando-nos à Quarta para chegar à Quinta, e por aí fora. Queremos lá saber do Sábado e do Domingo. Pegamos no Fim-de-semana e zarpamos até fartar! Por vezes nem a noite que os une se salva! Obrigado Sábado por gostares de leituras.
Artistas, não?
Há por aí alguém quem não goste da criação?
Artistas, não?
Há por aí alguém quem não goste da criação?
3 comentários:
Nossa...rs Parece um final de semana de fúria... rs Sábados de leitura, concordo. E os outros dias todos buscam a sexta-feira de descanso. O enfadonho domingo que promete cinco dias escravizados de trabalho para movimentar o capitalismo global, que nos faz rodar, rodar, sem direito a pensar muito... afinal, para isso temos apenas o sábado...
Oi, Raquel:
De fúria? Claro! Mas está lá o Sábado amigo das leituras que alarguei ao Domingo. Com eles me defendo desse tal voraz predador - o capitalismo global. Ele não vai tirar-me o direito a pensar, não vai queimar minhas leituras, nem meus escritos. Nem pense...! Nenhum machado corta a raiz ao pensamento! Continuo a lutar. As minhas armas são os livros, a minha força o pensamento, o meu exército os amigos,a minha voz a liberdade, o meu gatilho a caneta.
Tenho o que o monstro não tem: flores que não murcham.
Ele há-de perecer!
Um abraço daqui
Ter "... flores que não murcham"
Gostei!
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